Autismo vem do pai ou da mãe? Entenda a hereditariedade do TEA
Quando uma família recebe um diagnóstico de autismo, é comum surgirem perguntas sobre a origem do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entre essas dúvidas, uma das mais frequentes é: o autismo vem do pai ou da mãe? Para responder a essa questão, é importante entender como a hereditariedade influencia o TEA. Afinal, essa é uma condição que desperta muitas dúvidas entre pais e profissionais da saúde.
O que a ciência diz sobre a transmissão genética do autismo?
Estudos apontam que o autismo tem uma forte influência genética, mas ele não é causado por um único gene. Em vez disso, é resultado de uma interação complexa entre vários genes e fatores ambientais. Portanto, não é tão simples atribuir a causa do TEA a um único progenitor.
Pesquisas com gêmeos idênticos mostram que, se um dos irmãos tem autismo, a chance do outro também ter é alta, o que reforça a influência genética. Ademais, estudos também indicam que mutações genéticas herdadas de ambos os pais podem contribuir para o desenvolvimento do TEA. Isso significa que, embora não seja possível determinar exatamente de quem a condição foi herdada, há evidências claras de que a transmissão genética é um fator significativo.

Fonte: Canva
O autismo vem do pai ou da mãe?
Não existe uma resposta simples para essa pergunta. De fato, alguns estudos sugerem que mutações espontâneas, que ocorrem no esperma do pai ou no óvulo da mãe, podem aumentar as chances de um filho ter autismo. Isso significa que ambas as partes têm um papel na transmissão do TEA. Além disso, pesquisas indicam que mutações transmitidas pelo lado paterno podem ter uma influência ligeiramente maior.
Entretanto, é importante frisar que o autismo não segue um padrão genético simples como a cor dos olhos ou o tipo sanguíneo. A transmissão genética do TEA é complexa e depende de vários fatores. Dessa forma, qualquer tentativa de reduzir essa questão a um simples “veio do pai” ou “veio da mãe” é equivocada.
O papel dos fatores ambientais
Embora a genética desempenhe um grande papel no TEA, fatores ambientais também podem influenciar. Por exemplo, exposição a toxinas durante a gestação, infecções maternas e complicações no parto estão entre os elementos que podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno. Além disso, a idade avançada dos pais também é um fator associado a um risco aumentado.
Outro aspecto relevante é a influência do ambiente na expressão dos genes. Estudos indicam que, mesmo que uma criança tenha predisposição genética para o autismo, o meio onde ela cresce pode afetar a manifestação dos traços do TEA. Isso reforça a ideia de que não se trata apenas de herança biológica, mas de um conjunto de fatores interligados.
A hereditariedade do autismo e os antecedentes familiares
Muitos pais de crianças autistas relatam ter alguns traços do espectro, mesmo sem um diagnóstico formal. Isso é algo que os pesquisadores também estudam. Por exemplo, é comum que familiares de pessoas com TEA apresentem características como dificuldades sociais, hiperfoco em determinados temas ou sensibilidade sensorial elevada. Assim, é possível que esses traços sejam uma expressão leve do espectro autista.
Seja como for, ter antecedentes familiares não significa que todos os descendentes desenvolverão o TEA. Como mencionado anteriormente, outros fatores também estão envolvidos. Por isso, mesmo que históricos familiares possam fornecer pistas sobre a hereditariedade do TEA, eles não são determinantes.
Importância do diagnóstico e intervenção precoce
Diante dessas informações, é essencial reforçar a importância do diagnóstico precoce. Independentemente da origem genética ou ambiental do TEA, a identificação precoce e a intervenção adequada fazem toda a diferença no desenvolvimento da criança. Programas de terapia, suporte educacional especializado e um ambiente familiar compreensivo contribuem para melhorar a qualidade de vida e as habilidades sociais e cognitivas de autistas.

Fonte: Canva
Tipos de intervenções para o TEA
O tratamento do TEA deve ser personalizado, levando em conta as necessidades individuais de cada pessoa. Entre as principais intervenções, destacam-se a terapia comportamental, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que ajuda na aprendizagem de habilidades sociais e na redução de comportamentos desafiadores. Além disso, a terapia ocupacional auxilia no desenvolvimento de habilidades motoras e na adaptação sensorial. A fonoaudiologia é essencial para aqueles que apresentam dificuldades na comunicação, enquanto a psicoterapia pode apoiar o desenvolvimento emocional e a regulação das emoções. Em alguns casos, medicamentos podem ser recomendados para tratar condições associadas, como ansiedade e TDAH. A combinação dessas abordagens, somada ao apoio da família e da escola, pode promover uma melhor qualidade de vida para autistas de todas as idades.
Considerações finais
Em resumo, o autismo tem uma base genética forte, mas não pode ser diretamente atribuído apenas ao pai ou à mãe. Ele resulta da combinação de vários genes e influências ambientais. Dessa maneira, a busca por um culpado é infundada e pode gerar angústia desnecessária.
O mais importante é que, independentemente de sua origem, as crianças autistas precisam de apoio, compreensão e acolhimento para se desenvolverem e terem qualidade de vida. Por isso, em vez de focar na origem do transtorno, o ideal é investir em informação, tratamentos adequados e suporte familiar. Afinal, a inclusão e o respeito são fundamentais para que autistas possam viver plenamente e com dignidade.
Esse foi nosso texto sobre autismo vem do pai ou da mãe?
Obrigado pela leitura e não deixe de acompanhar outros conteúdos do Autismo em Dia, tanto aqui no site como em nosso Instagram. Até a próxima!
Referências:
1- Autismo e realidade – acesso em 24/03/2025
2- Instituto Neurosaber – acesso em 24/03/2025
Seja o primeiro a comentar!